- I -
De tanto que fiz
Ainda não percebi
Que nada fiz, e como se diz:
Me arrependi
Sentei gelado
Com olhos brancos
Num piso armado
Num poço, um espanto
Sem tempo e estrutura
Sou aquilo que sente
A falta da vida, vida dura
De uma senhora doente
E morro por morrer de saudades
Daquela que se vai, não de repente
- II -
Dorme agora
Não consigo dormir
Não posso me repetir
Em minhas memórias
Dorme agora
Junto aos teus santos
Ora, esses são tantos
Em tuas histórias
Dorme agora - sorria!
Não direi mais que lamento
Pois finda aqui o sofrimento
Em nossas alegrias
Antonio Carlos Vilela